Numa sexta-feira nublada e fria, estava por começar, às 15h, o espetáculo Coquitail Espoleta. No entanto, a (des)organização do evento sediado na praça Saldanha Marinho levou a um atraso de quase uma hora. A dupla de clowns coquitelianas foi interrompida, antes mesmo de começar, por uma outra apresentação de crianças de uma escola do ensino privado. Com o atraso, as crianças de várias escolas públicas, presentes na plateia, foram embora, levadas por suas professoras de volta às escolas, sem poder assistir ao Coquitail Espoleta. Trocadilhos à parte, uma verdadeira palhaçada.

Sem mais delongas, a dupla de clowns, Julieta (Cláudia Schulz) e Pandoíra (Vanessa Giovanella), inicia sua apresentação. O número começa com a sequência das malas, na qual Julieta arrasta uma mala pesada, com uma cara de cansaço. A cena provoca o riso de um menino, que parece liberar, numa única gargalhada, a alegria de assistir finalmente ao espetáculo que vinha sendo esperado desde cedo.

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Julieta e Pandoíra entre bolhas de sabão. Foto: Talita Tibola

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A segunda parte é realizada com uma apresentação musical, em que a dupla toca gaita, triângulo e apito, interpretando entre outras, Time of my life – trilha de Dirty Dancing. No público, pessoas que passavam pela praça param para assistir, curiosas, ao que está acontecendo.

O espetáculo, sob a direção e atuação de Cláudia Schulz e Vanessa Giovanella, é repleto de músicas que têm um papel muito importante no desenrolar das cenas. A união do teatro com a música é um dos objetivos da dupla.

A cada parte da apresentação, o estandarte cor-de-rosa anuncia, por meio de figuras de objetos, o que está por vir. A cartola e a varinha não deixam dúvidas: aí vem um número de mágica. De uma maleta quadrada e pequena é tirada uma minúscula cadeira, na qual o famoso Burro (do Shrek) é acomodado. Uma faixa roxa é mostrada e posta dentro da mão de Julieta. Num instante, ela desaparece.

A cena que se segue é digna de ser relatada. Um menino de uns seis anos, que estava assistindo, atento a tudo, na primeira fileira, sai em direção de sua professora, com uma cara perplexa, carregando junto a cadeira.

– Professora! Olha…sumiu!

À mágica se segue a história de um casal de personagens interpretados com os dedos das mãos. Ela, de vestido e tranças no cabelo, espera na janela enquanto ele toca uma canção no piano. No final, a pequena sombrinha listrada anuncia: FIM.

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Clowns durante o número de mágica. Foto: Talita Tibola

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As duas apresentações realizadas na Feira do Livro, nos dias 4 e 7 de maio, foram as primeiras da dupla direcionada às crianças. O Coquitail Espoleta, que era originalmente veiculado para o público adulto, teve seu roteiro adaptado para se adequar ao público infantil.

Na construção do espetáculo, Cláudia e Vanessa contam que sua intenção não era a de provocar o riso cômico, mas sim de apresentar às crianças situações divertidas envolvendo mágica, teatro e música.

Classificado como um pocket show, o Coquitail Espoleta faz parte da Cia Teatro de Bolso, núcleo de pesquisa teatral do Macondo Coletivo. O Coquitail Espoleta fará sua próxima apresentação no dia 18 de agosto no Theatro Treze de maio, pelo projeto Palco 13.

Texto: Sarah Quines

Revisão: Desiree Tibola

Sobre Macondo Coletivo

Associação de Produtores Independentes Macondo Coletivo.

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